Viagens em volta da Feira do Livro


Todos os anos os mesmos caminhos percorridos, para cima e para baixo, com a mesma vontade de ver e conhecer tudo, tocar nos livros, cheirar as barraquinhas dos alfarrabistas e aproveitar as melhores promoções. É o Parque a florescer com a chegada do melhor mês do ano em Lisboa: o Junho do Verão, das festas da cidade e da Feira do Livro!

O primeiro dia de feira está sempre marcado na agenda, para a primeira visita. Não há como resistir ao regresso do evento que aguardávamos há já um ano, enquanto construíamos as nossas wishlists e enchíamos o nosso mealheiro. Nem à sensação de déja vu que nos assola quando voltamos a ver o Parque cheio de barraquinhas, com as novas zonas de restauração, novas editoras, novas pessoas, mas o mesmo ambiente de paixão pelos livros.

Na feira não há dois dias iguais. A cada novo percurso, a cada viagem pelas editoras presentes, descobrimos livros que já lemos, outros que queremos ler há muitos anos, outros ainda que não conhecíamos e que nos cativam pelo título familiar, a capa bonita ou o preço apelativo. E folheamos, continuamos caminho, deixamos para outra pessoa poder apreciar.

E, às vezes, compramos. Há pechinchas bem interessantes na Relógio d'Água, nos livros manuseados da Antígona, até num ou outro alfarrabista que não tenha decidido aumentar os preços só porque, na feira, toda a gente acha que está tudo mais barato. Há livros do dia a 50%, diferentes todos os dias, e há... a hora H! Livros até 70% de desconto, daqueles que há anos andávamos a tentar comprar mais baratos. Para aproveitar.


Isso e passear e ouvir as crianças a dizerem aos pais "quero ver as barraquinhas todas, não pode escapar nem uma!" ou a implorar "só mais um livro, vá lá!". Quando elas querem verdadeiramente ler, comprar livros e aprender, depois de brincarem no livro insuflável da Presença e tirarem fotografias com o Pinguim ou o Banana, parece que todo este evento faz sentido e cumpre todos os seus objectivos.

A feira são todos os livros, as sessões de autógrafos, as mascotes para os mais pequenos, as promoções, a vista sobre o Marquês, a Avenida e o rio, o sol, os passeios, os repuxos da LeYa, o coração da Babel, os livros do Verso de Kapa e todas as pessoas que vamos encontrando pelos caminhos do Parque. Tudo isto, e ter um namorado voluntário da APEL que ainda adora mais a feira do que alguma vez pensámos ser possível.

Quando acaba, fica uma espécie de vazio - no Parque, no melhor mês de Lisboa e dentro de nós - que só volta a ser preenchido um ano depois, quando a feira regressa e nós regressamos com ela - prontos para (re)viver os livros, os percursos e o ambiente da feira.

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