25 a Sete Vozes

É 25 de Abril e apetece-me recomendar um livro sobre o tema, que até pode ser devorado ao longo da tarde do feriado: 'Vinte Cinco a Sete Vozes', de Alice Vieira. Li-o há alguns anos, depois tentei adquirir o hábito de o ler em todos os dias 25 de Abril, eventualmente coloquei-o na prateleira. Mas sei que está lá e que, um dia, valerá a pena ser relido. Talvez hoje, talvez daqui a um ano.

A Alice Vieira tem esta particularidade - que acho muito linda - de contar uma história para adultos como quem conta uma história para crianças, ou, melhor dizendo, o inverso: contar uma história como se fosse para crianças, mas sendo um pouco para todas as idades, adaptando-se a todos os leitores. Este 'Vinte Cinco a Sete Vozes', como o título indica, é o relato de sete pessoas de idades, profissões e vivências diversas, de três gerações, sobre a revolução.

É curiosa a forma como, através das questões de uma investigadora, vamos descobrindo o que pensam estas pessoas do 25 de Abril, como o viveram, o que sabem acerca dele. E para além do cliché que é os jovens saberem pouco e os pais lembrarem-se vagamente do dia, temos também pais que não ligaram muito à revolução, bem como jovens interessados pelo tema. E um avô, claro, que se lembra bem do antes e do depois e viveu de forma particularmente consciente e emocionante a mudança política.

Recomenda-se, pela simplicidade da escrita e o que miúdos e graúdos podem aprender com a leitura. E porque estas histórias dos avós são sempre enriquecedoras. E porque é dia 25 de Abril e qualquer recordação do mítico dia é bonita.

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